Memórias

Ontem passei um dia complicado. Aliás todos os dias desde que te perdi se tornaram dias complicado. Mas ontem foi um dia para esquecer. 

Não me consigo abstrair de ti, Avó.
Nem o trabalho esta semana me manteve distraída e tu sabes o quanto gosto do que faço.
Pensar em tudo o que passámos juntas faz-me feliz e triste ao mesmo tempo, afinal são trinta anos que jamais se apagarão e tu sabes o bem que me recordo da minha infância desde os primeiros anos.

Dei por mim a pensar nas vezes em que já sem conseguires andar como antes me contavas o que tinhas sonhado. "Sonhei que corria, corria a vila como antes. Ia à vila no meu passo acelerado e fazer os meus recados.".

Lembrei-me no dia em que fomos à loja dos 300 e eu fiquei a namorar um cão de peluche que estava na montra. Sabia que não podia ser, tínhamos a "lição" estudada em casa de não pedincharmos nas lojas. Mandaste-me esperar por ti na rua e de repente vejo a senhora da loja a tirar o cão da montra e a sorrir. Fiquei tão triste porque naquela altura não percebi que tinhas sido tu a comprá-lo. Deste-me a maior alegria quando desembrulhei a prenda.

Há dias que estas memórias aparecem tão vivas, tão límpidas. 
Sinto-me uma sortuda por te ter como minha Avó!
Foste a melhor que podia ter tido.

O Avô tem perguntado tanto por ti. Acho que ele percebe que alguma coisa aconteceu... mas é o melhor para ele. Tu sabes! Eu tomo conta dele, prometo!

AMO-TE PARA SEMPRE!!

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