A noite é a minha maior inimiga

A noite é a minha maior inimiga. Lembras-te quando a Carla morreu e do medo com que fiquei da morte e de que morresse alguém que me era próximo? Lembras-te que não queria dormir com medo de perder? Olha Avó, esse medo irracional voltou. O medo de dormir e acordar com um telefonema... ou sobre o Avô, ou o Mano, ou os meus Pais, ou o Henrique, Joana, Bianca, Sara. Ou de algum dos meus amigos. 

Foi pelo telemóvel que soube que tinhas partido. O mesmo que estava gravado no vosso telefone de casa caso algum dia precisassem a meio da noite, como aconteceu. Ou porque o Avô caiu, ou porque te sentiste mal. O mesmo onde recebi durante anos os vossos telefonemas diários só para saber se estava tudo bem. 
Cada vez que agora o telemóvel toca a horas que não são as comuns, tenho um mini ataque cardíaco.
Nunca lidei bem com a morte, como tu bem sabes mas agora não te tenho para me acalmar. Quando me dizias "quando sonhamos com a morte de alguém que amamos, isso dá-lhe anos de vida!". Acreditei sempre nisso.

Os sonhos agora são outros. Como quando a Carla morreu.
Sonhos sobre cemitérios, funerais, carros funerários, cortejos. Estou um bocadinho cansada disto.
Gostava de ter sonhos bons, quando íamos passear ou simplesmente com conversas nossas. 
Tenho 30 anos e tenho medo da morte. Já viste no que me tornei?

Nunca gostei da noite e de dormir mas agora... 

Tenho tantas saudades tuas!
AMO-TE PARA SEMPRE!!!

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