Estás Aqui
Eterna residente. Não desaparece. Não muda de sítio. Como qualquer outro traço da minha personalidade, está presente e tem dias em que está mais vincada.
Dias há em que simplesmente sorrio com as recordações. Depois vem o aperto no peito. O sufocar.
O tentar desvincular-me de uma dor que tomei como minha.
Mas como poderia não acolher a saudade de ti?
É assim, Luís, não me define. Claro que continuo aqui, a viver, a rir, a sonhar, a lutar. Estou viva e conto ficar viva por muitos anos. Mas tu fazes-me falta e há dias em que as recordações simplesmente destroem. Impedem um sorriso ou gargalhada e estimulam todo um festival de lágrimas e dor.
Gosto de recordar, sabes bem que gosto, mas há dias que simplesmente não me apetece. Não quero o sabor amargo das lágrimas, não quero os olhos as arder, não quero a cara vincada de dor. Há dias que não te quero. Mentira, quero-te aqui todos os dias. Queria que estivesses aqui. Quero.
Olho para trás e parece que tudo isto é tão irreal. Sonho mau, sonho meu. De tão irreal que parece, sei de cor que aconteceu. Sei cada pormenor e queria tanto esquecer.
Tudo o que tenho teu são recordações. Em fotos ou lembranças. De quem foste um dia. E tenho medo de esquecer.
Vale a pena dizer que te compreendo? Eu adoro recordá-la, mas são tantas as vezes que não quero o agridoce das lágrimas, os soluços e os olhos inxados... é egoismo? *
ResponderEliminarEgoísmo? Não, de todo! É humano, só isso! ;)
EliminarHá coisas difíceis de esquecer, mas o tempo cura todas as feridas, por mais que se pense que não!
ResponderEliminarForça!
O tempo não cura tudo, por muito que uns achem que sim. Simplesmente não cura! Apazigua alguma dor mas não apaga!
EliminarNão cura mesmo... A mãe já faleceu há quase 11 anos, e continua a custar-me...
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